Salve Carlos Pena Filho, que hoje me deixou vertiginosamente desmantelada.
A SOLIDÃO E SUA PORTA
A Francisco Brennand
“Quando mais nada resistir que valha
a pena de viver e a dor de amar
E quando nada mais interessar,
(nem o torpor do sono que se espalha).
Quando, pelo desuso da navalha
a barba livremente caminhar
e até Deus em silêncio se afastar
deixando-te sozinho na batalha
a arquitetar na sombra a despedida
do mundo que te foi contraditório,
lembra-te que afinal te resta a vida
com tudo que é insolvente e provisório
e de que ainda tens uma saída:
entrar no acaso e amar o transitório.”
E assim…
“Rio de águas
Correntes
Serei para sempre escravo
Até o dia
em que desembocar no leito
final
Ai, não haverá barragem
Que me impeça de alcançar
Um outro azul”
Mariane Bigio